O amor começa com muitos beijos e termina sem quase nenhum. Começa com muitos "te amo" e termina sem elogios. Alguns terminam com ofensas. Começa com presentinhos e termina sem caridade. Começa com explosão de novidades e termina com simplicidade, calado, triste, sem emoção, decepcionado. Se foi amor verdadeiro, termina querendo continuar e pode ter algumas voltas. Mas nenhum amor verdadeiro acaba por falta de amor, algumas contingências deixam ele continuar. Ou foi só a paixão que acabou. A paixão tem liga, tem química, e não gosta de sofrer. O amor é meio sofredor e curte a melancolia da distância. O amor está no fim, quando não há mais aquele beijo de despedida na hora que o parceiro sai para o trabalho. Quando teu companheiro deixa de te elogiar e não te leva mais até a porta, o amor está acabando. Se ele parou de ir à janela para te ver sair, se não te mostra mais aquele sorriso de felicidade ao te ver chegar, a emoção do relacionamento acabou. Quando você não se sente mais protegido pela pessoa amada e passou a ser menos importante do que os problemas, está na hora do adeus. Mas aqueles beijos e abraços especiais do começo vão te fazer falta pelo resto da vida. Se o beijo é o termômetro do amor, o olhar denuncia se você está sendo verdadeiramente amado. Se não percebe mais aquele demorado olhar de admiração que te comia com os olhos; se tem que pedir beijos e carinho, às vezes até implorar; se não recebe mais os abraços espontâneos de antes, sinto dizer, mas você não está recebendo amor de forma total e plena. No começo os casais juram que vai ser para sempre! É assim mesmo! As contingências são contra o amor. E outra coisa: o amor desprezado não tem conserto! Por isso é que dou um conselho aos apaixonados: não deixem o beijo acabar! Não deixem que os problemas acabem com os beijos e abraços! Um outro amor pode não aparecer na estrada.
Jornal O DIAS
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
O Beijo Não Pode Acabar