Reportagem de Jornal O Dias

Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador

O escritor Cordel e a literatura

"A falta de informação é como um mundo sem a luz elétrica para iluminar a noite escura. Quando eu era adolescente e ouvi falar pela primeira vez sobre a literatura de cordel fiquei muito impressionado. Criei uma tal admiração pelo "escritor Cordel", que imediatamente procurei saber tudo sobre ele. Queria ler. Foi um evento inusitado. Ali inaugurei em minha vida a ânsia de ler, o desejo de saber, a vontade de pesquisar. Mais ainda, eu queria conhecer e obter a literatura de "Cordel". Imaginei que "Cordel" fosse um grande escritor brasileiro, tipo José de Alencar, Machado de Assis, Gonçalves Dias ou Monteiro Lobato. Como era muito limitado o acesso a qualquer tipo de informação, eu perguntava aos conhecidos quem tinha sido "Cordel", quais os livros que ele havia escrito, pois era muito famosa a sua literatura. Nem sabia que a literatura de cordel era como um folclore cultural e literário dos nordestinos. Alguns adultos me diziam que nunca tinham ouvido falar sobre a literatura de cordel. Outros me falavam que ainda não tinham lido nada de "Cordel". Hoje eu sei que aquelas pessoas não haviam lido nada de nenhum escritor, muito menos de "Cordel". Parece incrível, mas ninguém que eu conhecia sabia me informar qualquer coisa sobre a literatura de Cordel e nem quem tinha sido Cordel. Muitos anos se passaram até eu descobrir que literatura de cordel são poesias que os autores imprimem em folhetos e penduram em barbantes (cordel) nas feiras nordestinas para vender ao público interessado. Estávamos na década de 60. Muita obscuridade... O curso de datilografia era importantíssimo para quem procurava emprego. Lembro que a tal literatura de "Cordel" ficou em minha cabeça por muito tempo, porém eu não conseguia arrancar uma única informação das pessoas que conhecia. Mundo limitado e sem informação. As pessoas não sabiam e nem estavam interessadas em saber quem tinha sido o tal do "Cordel". Época de pouca cultura e de mentes fechadas. A ditadura comia solta no Brasil. Os camburões preto e branco da invernada metiam medo por onde passavam. As pessoas viviam um conto de fadas... A vida era preta e branca como os camburões da ditadura militar. A escuridão cegava. Não sabiam nada! Não existia esse mundo de informações infinitas que a internet hoje oferece gratuitamente. Cito este fato porque ele marcou uma fase importante da minha vida. Foi a primeira vez que senti vontade de ler. Eu próprio estava procurando a leitura... Estava interessado em saber como era a "literatura de Cordel". Além disso, fiquei obstinado por conhecer a vida e as obras desse grande "escritor Cordel" construído em minha mente. Quando, mais tarde, descobri que o tal do "Cordel" não era uma pessoa, concomitantemente aprendi que os adultos ao meu redor sabiam também muito pouco sobre o Brasil".

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A VIDA SECRETA DE CHICO TAQUARA



A VIDA SECRETA DE CHICO TAQUARA Como foi a chegada de Chico Taquara na cidade de São Thomé das Letras? Corria o ano de 1860. São Tomé das Letras era um pequeno arraial encravado na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais. Numa manhã fria de junho, o jovem Chico Taquara, aparentando ter vinte anos, chegou na cidade. Sua intenção era viver retirado em alguma área rural onde se sentisse seguro e preservado da convivência humana. Ele era um espírito livre e controverso. Muitas pessoas querem saber onde ele nasceu, de qual cidade ele veio e quem eram seus pais. Na verdade, são perguntas que não podem ser respondidas, pois não há relatos e nem documentos que comprovem que ele morou em outra cidade antes de se mudar para São Thomé das Letras. Também não há notícias sobre quem foram seus pais, irmãos e parentes. A origem e o destino dele são um mistério que só a filosofia dos mistérios pode esclarecer. Então, segundo a filosofia dos mistérios, quem foi Chico Taquara? Indo direto ao ponto, o fato que a história desconhece é que ele não era um homem, mas um espírito materializado. Alguns místicos entendem e divulgam que a cidade de São Tomé das Letras é um portal que dá acesso a outras regiões mais evoluídas do Plano Espiritual. Esse pensamento é coerente com a filosofia secreta. Porém, o místico Chico Taquara não só foi o responsável por estabelecer esse portal espiritual, mas ele mesmo era um habitante daquelas regiões e se materializou na Terra a partir de lá. Entendendo isso, temos a dizer que naquela manhã fria de junho, em 1860, quando Chico Taquara apareceu na cidade de São Thomé das Letras, ele não estava vindo de uma outra cidade qualquer, porém sim havia acabado de se materializar no plano físico com a missão de construir o portal que conecta aquela montanha aos mundos superiores. Clique aqui e veja mais.



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