Ex-hippie, na década de 70 rockeiro e ambientalista, o artista plástico Marco Aurélio Dias é autor do projeto Atelier Auréllio Dias, em São Lourenço, Minas Gerais. Nesta foto ele ele aparece ainda com o aspecto que caracterizou sua postura anticapitalista e antimecanicista. Ele sempre defendeu uma pedagogia do descondicionamento capaz de desafiar as práticas limitantes da vida e do ensino conservador. Através da atividade politico-cultural de Lauro de Oliveira Lima, no Rio de Janeiro, entrou em contato com as ideias de Piaget, que fizeram uma revolução no pensamento de vários profissionais docentes, incluindo Paulo Freire. A partir daí Dias entendeu que o indivíduo deve exercer continuamente uma força psíquica para se descondicionar dos conceitos que lhe são inculcados. A educação pode fazer o papel de "libertadora" dos condicionamentos e tornar o indivíduo criativo e apto a identificar o verdadeiro significado das impressões que obtém do mundo. O Atelier Auréllio Dias, em São Lourenço, Minas Gerais, é um projeto cultural que objetiva demonstrar a natureza quântica do mundo e que a impressão da massa indivisível é uma percepção ilusória e rápida, pois o mundo sólido se derrete a todo instante, conforme o conceito de Zygmunt Bauman. O fato de não prestarmos muita atenção nas coisas que vemos e de não nos determos analisando-as entendemos errado o que vemos. O condicionamento visual limita a percepção contínua. É clássica a frase de Marco Aurélio Dias onde cita que "a mulher não está tendo um filho, ela está saindo de dentro dela mesma". A percepção "descondicionada" pode levar as pessoas a se tornarem criativas, e estas são as únicas que podem mudar o mundo. O capitalismo e o consumismo são apenas condicionamentos adquiridos, mas a educação criativa e desafiadora pode quebrar a cadeia de condicionamentos e abrir a "clarividência perceptiva", a "superconsciência", levando o individuo a ver o mundo de uma forma inédita.
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