A sociedade ainda é injusta com as mulheres. A igreja tem um peso de culpa muito grande nessa injustiça. O discurso da igreja na hora da cerimônia de casamento deveria ser outro. O contrato do casamento no cartório poderia constar uma cláusula que obrigasse marido e esposa a dividirem as tarefas da casa, como limpar banheiro, cuidar dos filhos e preparar as refeições, de tal forma que a mulher pudesse denunciar o marido na justiça se ele não cumprisse com a parte dele na manutenção do lar. O marido teria o mesmo direito. No contrato poderia constar que o marido fará a parte dele, contratará alguém para fazê-lo ou pagará à mulher quando ela fizer o serviço da casa sozinha. E o padre falaria ao casal assim: Você promete dividir as tarefas do lar com sua esposa? Promete trocar fraldas, dar banho no bebe e passar as noites acordado quando o filho ficar chorando com dor no ouvido? Não tem instituição mais injusta para a mulher do que o casamento. Primeiro porque o homem não colabora com as tarefas diárias do lar. Os filhos depois que crescem também se esquivam e só querem saber de receber casa limpa, roupa lavada e comida pronta para comer. A carga pesada fica mesmo nas costas das mulheres. E tem outra coisa, quando a igreja pergunta ao casal se um promete ser fiel ao outro, na verdade a preocupação real é com a fidelidade da mulher e não com a do homem. Na sociedade, a mulher ainda tem o dever de cuidar dos filhos, da casa e de ser fiel. A mulher infiel e que não cuida do lar é maldita. O homem, em qualquer situação, é o homem. Quando o homem não colabora no lar e nem é fiel, o máximo que acontece com ele é receber aquela definição antiga: "homem é assim mesmo".
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