Era uma vez uma história de amor. Ela o olhava nos olhos sem parar. Ela o beijava sem parar. Era apaixonada. Fazia loucuras! Ela o ouvia e ele a escutava. Não largavam a mão um do outro. Ela dizia que o amava, a cada minuto. Ele retribuía, sonhava, adorava, nem imaginava que teria um fim. Alguns anos se passaram. Veio o primeiro dia em que ela esqueceu de dar beijos. Em outros dias ela não disse tanto que o amava. Passou a largar sua mão de vez em quando. Tinha horas que ela não concordava mais com o namorado. Já não o olhava atentamente nos olhos. Assim foi terminando aquela história de amor. Tudo entre eles tomou o rumo do final quando certa vez ela lhe disse: Não estou a fim de conversar. Observemos que o amor começa com muitos beijos e termina com poucos ou nenhum. Podemos medir o amor apaixonado pela quantidade de beijos: são muitos; pela qualidade dos beijos: são intensos, são beijos da alma; e pelo tempo desses beijos: são demorados, quando está quase acabando, recomeça. Também podemos medir o amor apaixonado pela comunicação: quando ama, o casal conversa muito e se aconselha mutuamente. Silêncio frio e mortífero é típico do casal que não se ama. O amor verdadeiro não acaba, vira tristeza! Vira saudade. Cai no esquecimento. Certamente, o beijo fica como a maior saudade do amor que acabou.
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
Uma História de Amor