Reportagem de Jornal O Dias

Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador

A Mulher Figueira Maldita

Numa de minhas viagens conheci Camilly Destron. Ela ocupou a poltrona ao meu lado e começou a ler atentamente um artigo numa dessas revistas de modas e dicas. A certa altura ela bateu em meu braço e dirigiu-se a mim apontando o absurdo do título de um artigo na revista em que estava lendo sobre a infertilidade feminina. O título era assim: A Figueira Maldita. Colocou o dedo no título do texto e repetiu que se tratava de um absurdo. Quando eu era criança ouvi uma conversa entre duas mulheres na rua onde minha tia Laura morava. Enquanto eu brincava com a bola, as duas conversavam ofendendo minha tia Laura. Disseram que ela era uma figueira maldita. Ouvi e guardei. Não sei o que pensei. Acho que não pensei nada na hora. Mas a palavra "maldita" me deixou pensativo ou preocupado. Pareceu-me que tia Laura havia cometido algum ato odioso. O que poderia significar "figueira maldita"? Na época, eu não sabia. Eu também não sabia o responder às indagações da minha companheira de banco. Nem estava muito disposto a conversar. Mas observei que ela pintara as unhas em tom azul. Vi a brancura de suas mãos. Os dedos finos. E usava um belo anel de valor. Olhei-a no rosto. Reparei que era ruiva. De olhos fortemente azulados. Mais que muito bonita! Apresentou-se e disse que se chamava Camilly Destron. E continuou a narrativa. Enquanto ela falava, eu fiquei lembrando que costumava visitar tia Laura. Ela sempre tinha doces. Também me dava alguns "nicolaus" (dinheiro) e uma pequena dose de vinho do porto. Era uma viúva bondosa. Vivia sozinha. Quase não saía. Nem ia ao portão. Nunca visitava os parentes. A palavra "maldita" não encaixava no seu perfil. Seu defeito para a vizinhança era não ter tido filhos. Eu fui concordando com Camilly. Balançava a cabeça, e ela falava. Lembrei que nunca tive coragem ou iniciativa de perguntar a Tia Laura a razão pela qual a chamavam de "figueira maldita". Passei minha infância toda com essa tal "figueira maldita" mal resolvida na cabeça. Foi só na adolescência que descobri o significado de "figueira maldita": é a mulher que não consegue gerar filhos. Detesto essa expressão e gostaria de nunca tê-la escutado. Minha tia Laura era um doce. Acho um preconceito descabido e injusto cognominar de "figueira maldita" a mulher que não pode gestar. Como se ela tivesse culpa disso ou tivesse a obrigação de dar filhos ao mundo. Acho uma discriminação muito grande. Foi uma das minhas maiores decepções com o ser humano. A viagem foi agradável e comunicativa. Mas terminou. Despedi-me da jovem mulher. Encantei-me com a sua habilidade de abordar outra pessoa como se já a conhecesse, fazendo-se ouvir com um assunto que preenche aquele momento e rouba nossa atenção.
Jornal O DIAS

A VIDA SECRETA DE CHICO TAQUARA



A VIDA SECRETA DE CHICO TAQUARA Como foi a chegada de Chico Taquara na cidade de São Thomé das Letras? Corria o ano de 1860. São Tomé das Letras era um pequeno arraial encravado na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais. Numa manhã fria de junho, o jovem Chico Taquara, aparentando ter vinte anos, chegou na cidade. Sua intenção era viver retirado em alguma área rural onde se sentisse seguro e preservado da convivência humana. Ele era um espírito livre e controverso. Muitas pessoas querem saber onde ele nasceu, de qual cidade ele veio e quem eram seus pais. Na verdade, são perguntas que não podem ser respondidas, pois não há relatos e nem documentos que comprovem que ele morou em outra cidade antes de se mudar para São Thomé das Letras. Também não há notícias sobre quem foram seus pais, irmãos e parentes. A origem e o destino dele são um mistério que só a filosofia dos mistérios pode esclarecer. Então, segundo a filosofia dos mistérios, quem foi Chico Taquara? Indo direto ao ponto, o fato que a história desconhece é que ele não era um homem, mas um espírito materializado. Alguns místicos entendem e divulgam que a cidade de São Tomé das Letras é um portal que dá acesso a outras regiões mais evoluídas do Plano Espiritual. Esse pensamento é coerente com a filosofia secreta. Porém, o místico Chico Taquara não só foi o responsável por estabelecer esse portal espiritual, mas ele mesmo era um habitante daquelas regiões e se materializou na Terra a partir de lá. Entendendo isso, temos a dizer que naquela manhã fria de junho, em 1860, quando Chico Taquara apareceu na cidade de São Thomé das Letras, ele não estava vindo de uma outra cidade qualquer, porém sim havia acabado de se materializar no plano físico com a missão de construir o portal que conecta aquela montanha aos mundos superiores. Clique aqui e veja mais.



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