Schopenhauer tem pensamentos excelentes. Diz que a vida possui uma vontade absoluta de viver. A vida tem vontade de viver. E vive. Todas as formas de vida são expressões da vontade de viver. Imaginamos que a vontade de viver pode ter sido a causa do big bang. Um exemplo das concepções do filósofo alemão: homem e mulher se conhecem e desejam ter um filho. Schopenhauer diz que quem deseja ter o filho é a vontade de viver. Esse desejo de reproduzir é universalizado e faz com que todas as formas de vida tenham o mesmo desejo. A vontade de viver é endógena e embrionária em todas as coisas. Ela é um processo contínuo de nascimento. É imanente em todas as coisas. Atua de forma integrada e uniforme. Tem caráter multidimensional. Tem o mesmo efeito de alavancagem da vida em todas dimensões biológicas, químicas e psíquicas. Schopenhauer diz que o universo inteiro está impregnado dessa "vontade de viver". Ela está presente no homem e na mulher. Deseja ter filhos. Deseja reproduzir. Deseja fazer amor. A ética ligada ao sexo é um folclore social necessário. A vida não tem ética, não tem moral, não tem vergonha. Só tem vontade de viver. E cria engenhosas estruturas biológicas reprodutivas para expressar esse dinâmico desejo de querer existir. Tudo é manifestação da vontade de viver. Não existem criaturas portadoras de vida própria. As pessoas desejam ser a coisa em si. Imaginam que são. Não queremos ser apenas uma expressão da vontade de viver. Queremos ter uma identidade pessoal. Inventamos para cada pessoa uma identidade social. É uma fantasia da psique corporal. Fantasia necessária para o relacionamento. A sensação de ser a fonte da consciência e da vida está em todas as criaturas. Funciona como motivação. É um artifício da natureza para colocar os indivíduos agindo em causa própria.
Jornal O DIAS
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
Schopenhauer e Darwin - Vontade de viver