O Dr. Sigmund Freud notou que não temos um amor puro. Nossos sentimentos para com o outro são uma mistura de ódio e amor. Possuímos um sentimento ancestral de que o outro é um inimigo. Gostamos da segurança do isolamento. Aceitar o outro pode ser terrível! A solidão, o estar sozinho, deixa-nos com a sensação de maior segurança. Thomas Hobbes entendeu, diferentemente de Rousseau, que o homem é mau por natureza. O submundo do crime (estado de natureza) parece confirmar isso em parte. Todavia acreditamos que os homens não são maus por natureza, mas sim em estado de natureza. Ser bom e mau são comportamentos adquiridos e utilizados em algumas situações. Saber que estamos fora do alcance do outro faz-nos sentir salvos das garras do inimigo, das suas traições, das suas armadilhas e da sua luta egoísta pela sobrevivência. Ao mesmo tempo, a solidão deixa a pessoa insegura, pois ela não tem quem a ajude numa situação em que um sem casa vai tomar a sua casa. Odiamos o próximo porque ele se comporta como inimigo, porém, ao mesmo tempo, gostaríamos de tê-lo como amigo. Durante nossas relações de amizade e de amor escondemos o sentimento de que o outro é um inimigo, mas esse sentimento está ali de plantão.
Jornal O DIAS
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
Enfrentando a Solidão