
A psicologia explica que existem pessoas que se comprazem em fazer chantagem emocional dentro da relação amorosa. As chances de futuro para um tal relacionamento são praticamente zero. Presenciei uma situação desse tipo. Eu estava em São Lourenço, MG, dentro de uma padaria fazendo um lanche em pé no balcão. Nisso, entrou uma mulher que podia ter seus 30 anos e veio ficar ao meu lado. Ela pediu um café. De repente, do nada, a moça teve um desmaio e desabou. Caiu no chão da padaria. Tentei levantá-la. Ela recusou minha ajuda. Três moças vestidas de branco, funcionárias de um hospital da cidade, igualmente faziam lanche na padaria e tentaram levantá-la. Ela também recusou a ajuda. Depois, com voz trêmula, pediu, sem se dirigir especificamente a alguém, que fossem chamar o noivo dela na loja de cosméticos em frente. Um funcionário da padaria, que conhecia o tal noivo, atravessou a rua e logo voltou com o ele. Carinhoso, mas desesperado, o noivo socorreu a jovem. Na mesma hora ela, com cara de sofredora e simulando dificuldade para andar, apoiou-se nele e levantou do chão. Foram sentar numa mesa lá na frente perto do caixa. Ficou evidente que ela não quis a ajuda de ninguém. Seu propósito era sensibilizar o noivo para alguma situação relativa aos dois. Algo do tipo assim: Eu sou muito fraca; não me abandone e nem me contrarie. As três moças vestidas de branco perceberam a chantagem emocional e comentaram que aquela cena foi armada e intencional. Foi uma cena explícita de chantagem emocional. Nada como uma mulher para perceber a chantagem de outra mulher. Naquele caso, as três moças perceberam a chantagem embutida no falso desmaio. O noivo caiu na conversa e, provavelmente, deve ter cedido em alguma questão que não estava disposto a ceder. Literalmente, muitas pessoas caem na padaria quando querem obter alguma vantagem sobre outra pessoa.
Jornal O DIAS