A informação é o embrião da vida. Este
universo é o conjunto de informações da vida ativa da existência. Para dar um exemplo prático, suponhamos que o amor de Romeu e Julieta foi real e que Shakespeare apenas imortalizou-o em seu conto. Essa grande paixão não só faz parte das forças vivas do nosso cotidiano, mas foi arquivada, está sendo filtrada, condensada e vai fazer parte integrante dos elementos químicos, das formas de vida e de toda a engenharia quântica do próximo universo. Um sorriso, uma dor, uma ideia, um carinho - tudo vira
patrimônio psicobioquímico e, por toda a eternidade, jamais se perderá. Imagine que alguém sorriu para você, que esse sorriso está guardado em sua memória para sempre e faz parte da sua saudade e das suas alegrias. O mesmo sorriso ficou arquivado na memória do universo. Aliás, cada um de nós é uma parte da memória do universo. Os seres animados e inanimados são arquivos de memória. O universo inteiro guarda a memória de tudo o que aconteceu e acontece. Seria mais simples explicar que a nossa memória não é, na verdade, nossa, mas do universo. Aquele sorriso que você não esquece, ficou arquivado em sua memória, na memória das células, na memória das moléculas, dos átomos, etc., e assim foi se condensando e comprimindo em arquivos eternos e cada vez menores. Essas informações não se perdem, são acumuladas, filtradas, unificadas e potencializadas, transformando-se permanentemente em instinto de criação, o qual vai explodir em algum big bang e dar origem a um universo. Tudo está integrado. As pessoas são combinações de elementos químicos formados nas estrelas, e suas experiências de vida são transformadas em estruturas de novas formações atômicas. O hidrogênio e o hélio, que estavam presentes no inicio do big bang, são um composto psicobioquímico formado pelas experiências existenciais de formas de vida que existiram em outros universos. Neles estão todas as sensações de conforto e desconforto, incluindo alegria, tristeza, choro, inteligência, necessidades, etc. Trata-se da memória ancestral do universo que é transferida através da cadeia de informações que unem os seres vivos às células, às moléculas, aos átomos, aos quarks, etc. Tudo o que pensamos, sentimos e vivemos passa por essa cadeia de informações e vai para a memória ancestral do universo. Aliás, essa cadeia psicobioquímica é a consciência e a memória do universo. Por isso sabemos que no sol, por exemplo, temos os risos e choros de trilhões de formas de vida que desapareceram, arquivos estes codificados na composição psicobioquímica do
hélio. As nossas lutas diárias para sobreviver são informações que estarão sintetizadas na formação dos elementos químicos de outros universos, e, supondo que neles haja água, estaremos presentes nessa água. Os sóis de universos que virão a existir terão um pouco da alegria dos teus risos e da tristeza dos teus lamentos.
Jornal O DIAS
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
A Formação do Sol