Este nosso universo surgiu de outro preexistente. Não existe geração espontânea de universos. Todas as teses de geração espontânea foram por água abaixo. Até meados do século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente do corpo de cadáveres em decomposição. Diziam também que o lodo dos brejos gerava sapos e rãs, e que insetos como baratas e ratos eram gerados a partir do lixo amontoado em algum lugar. Na Grécia antiga, Aristóteles (384/322 a.C.), aluno de Platão, foi um dos maiores defensores da abiogênese. Essa crença persistiu durante séculos. Em 1644, Jean Baptista Van Helmont, químico, médico e fisiologista belga, ensinava que roupa suja de mulher, misturada com grãos de trigo, se transformava em ratos. Mas em 1668 Francesco Redi provou que os vermes que apareciam na decomposição dos cadáveres eram larvas de moscas, derrubando a tese da geração espontânea de animais (abiogênese). Louis Pasteur, em 1860, fez experimentos e provou que os micro-organismos surgem a partir de outros preexistentes, derrubando mais uma vez a teoria da abiogênese defendida pelo cientista inglês John T. Needhan, em 1745, o qual afirmava que os micro-organismos surgiam espontaneamente a partir de caldos nutritivos, embora o pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani já tivesse realizado experimentos e demonstrado, em 1770, que não existe geração espontânea de microorganismos. Isto vale para qualquer setor da vida biológica e química. Do mesmo modo, não podemos dizer que este universo foi gerado de forma espontânea. Todos os fenômenos biológicos são gerados por embriões preexistentes (a semente contendo na célula as informações biológicas de um modelo anterior). O que expandiu no big bang foi o embrião do universo preexistente contendo a memória ancestral do universo. Nas plantas, o embrião é a parte da semente; nos animais, é o produto das primeiras modificações do óvulo fecundado; e, no universo, é a expansão das informações preexistentes, comprimidas e potencializadas no átomo primordial. A força ativa do universo é o instinto de criação. Georges Lemaître, considerado o autor da teoria do big bang, propôs a hipótese do átomo primordial ou o que também chamou de "ovo cósmico". Porém a ideia de que o universo teria saído de um ovo já existia nos antigos livros sagrados dos indús. Em 1927, o estudioso afirmou que a matéria comprimida naquele átomo se fragmentou numa quantidade descomunal de pedaços e cada um acabou se fragmentando em outros menores sucessivamente até chegar aos átomos atuais numa gigantesca fissão nuclear. Entendemos que um universo anterior estava todo comprimido naquele átomo.
Jornal O DIAS
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
O Embrião do Universo