É muito difícil enfrentar o vir a ser. Mas não somos estátuas de pedra que permanecem para sempre a mesma coisa e na mesma posição. Precisamos aceitar as mudanças e sentir felicidade nelas. A pessoa só está suficientemente madura quando aprende a lidar com as mudanças, pois elas são a característica real da evolução da vida no planeta. Na década de 60 as mulheres começaram a usar calça comprida. Li sobre o caso de um pai que espancou a filha de 30 anos de idade porque ela saía de casa usando vestido, mas com a calça escondida dentro da bolsa, e, na casa das colegas, tirava o vestido e botava a calça comprida. Ela tinha medo do pai. Por isso fazia escondido. O pai descobriu ou contaram para ele. Então espancou a filha dentro do clube que ela frequentava e na frente de muitas pessoas. Chegou de surpresa no clube. Lá estava ela usando a calça. Como forma de castigo, passou a trancá-la no quarto quando ia para o trabalho. O infeliz sentia-se o salvador da ética e da moral. Queria parar o mundo. Se estivesse vivo, morreria de vergonha pelo que fez. Em muitas coisas gostaríamos também de parar o mundo e impedir o vir a ser, a evolução, as mudanças. Não podemos castigar as pessoas pelos acontecimentos da vida. Aquele pai queria castigar na filha as mudanças sociais da época. Temos que aprender a caminhar juntos e aceitar as mudanças sociais e pessoais. Não somos feitos de concreto.
Jornal O DIAS
Reportagem de Jornal O Dias
Artigo de Marco Aurélio Dias, filósofo, espírita e educador
Não Somos Estátuas