Couto de Magalhães, folclorista mineiro, em livro publicado no ano de 1879 entendeu que o modo de ser de um povo é determinado por comportamentos originados através de arquétipos implícitos em uma constelação de tradições muitas vezes chamadas de folclore. A partir desse entendimento, propôs que os "entes sobrenaturais" da cultura indígena brasileira fazem parte de um sistema de teogonia tupi e estão interligados naturalmente para gerar um tipo específico de comportamento. Os próprios indígenas o denominam de "rekó etê", o único modo de ser verdadeiro. Couto de Magalhães registrou que no geral os índios conheciam três divindades ou seres sobrenaturais superiores (Guaraci, Jaci e Rudá), porém não tinham devoção religiosa a esses seres. Atribuíam, porém, aos mesmos os fenômenos naturais dos elementos. Essas divindades tinham como ajudantes os "seres sobrenaturais" mitológicos, os quais eram encarregados de proteger a natureza contra os ataques maldosos dos homens.
Por Marco Aurélio Dias
Jornal O DIAS